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Só a família para entender...

Morando aqui na Espanha, passei a viver muita novidade. Como viver em outra língua, que é um desafio maior do que parece. É quase como se a gente fosse outra pessoa, porque falar a mesma coisa de outro jeito já é mudar, mesmo que um pouquinho, o que se fala.

Tem expressões que ainda não entendo, que demoram mais pra cair a ficha, porque são muito particulares do lugar, demoram mais pra fazer sentido. Imagina traduzir “chutei o balde” ou “engolir sapo”, que são expressões tão comuns no Brasil. O gringo fica bugado!

Percebi isso ainda mais forte viajando agora com a minha mãe e o meu irmão. Me lembrei de coisas que só a gente fala, que se alguém ouvir não vai entender nada! Não tem em dicionário nenhum.

Tipo “trutaco”. Ninguém sabe o que é isso. Minha mãe fala: “vou lavar a cabeça pro cabelo não ficar trutaco”. Que seria estranho, espetado… E talvez continue sem fazer sentido pra você. A gente também cria intimidade com as palavras!

Ou degolins. Eu criei essa com os meus filhos. Eles falam, muito fofos, “preciso de dengolinis, quero degolins no sofá”, que é ficar de dengo, de carinho.

Tem ainda adolfar: “oh, meu, não adolfa”. Não enche o saco, não cria caso, deixa pra lá!

Uma última que a gente lembrou aqui foi afofar, que tem a ver com conquista, cair dentro, com vontade: “a comida é tão boa que eu vou afofar”. Meu irmão enche a boca e diz com bastante intensidade e prazer envolvido.

Essas coisas fazem a família da gente ser única. Não tem uma igual à outra. Eu adoro! Tenho certeza que a sua família também, me conta aí!

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